Adventista do sétimo dia
Olá amigas!
Antes de contar nossa aventura no shopping, preciso registrar mais um capítulo da saga das empregadas perdidas.
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A última empregada que a agência me mandou foi uma moça de 19 anos, solteira e um ano de experiência. Mesmo indo contra meus princípios de não empregar moças muito novas, resolvi testar essa, pois as últimas “semi-velhas” que contratei eram muito ruins e não tinham “pique”, viviam reclamando de dor ou eram arrogantes.
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Pedi à agência uma moça mais nova para testar. Aí me mandaram uma moça de aparência de criança, que tinha o segundo grau completo e sabia conversar direito (raridade). Após a entrevista, pedi que ela se trocasse para começar o expediente, pois eu estava cheia de coisas para resolver, ainda do aniversário do Dudu.
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Quando a moça saiu do quarto, já pronta para começar o trabalho, quase me causou um enfarte. Olhei bem para o “modelito” da boneca e pensei: - Meu Deus! Onde foi que amarrei minha mula!
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Ela estava simplesmente vestida com uma mini-saia rodada pink (era o pink mais pink que eu já vi) que mais parecia um cinto enrolado na cintura e uma mini-blusa colada aparecendo a barriga. Em alguns segundos pensei como sair daquela enrrascada e me veio uma luz. Pedi que a moça esperasse e chamei imediatamente a babá para que arrumasse uma camiseta e uma bermuda para a moça “tantan” trabalhar. Beleza, a moça se vestiu, coloquei nela um avental bem bonitinho que eu havia comprado dias antes e uma touca na cabeça. De “piriguete” passou a “gata-borralheira” como num passe de mágica. Sou mesmo a bruxa malvada, heim? Rs...
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Francamente, essas moças não têm noção alguma de respeito no local de trabalho. Afe! Se essa mesma situação acontecesse há algumas empregadas passadas, o modelito da “dondoca” me incomodaria, mas eu não conseguiria fazer nada. Hoje, depois de 14 empregadas, estou um tanto, vamos dizer, escolada com essa raça ruim. Para quem é traumatizado com generalizações, deixo registrado aqui que há exceções, raras, mas via de regra, as empregadas são péssimas mesmo.]
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No primeiro dia, gostei do trabalho da moça, era rápida e eficiente em comparação àquela “que não era uma Brastemp”. A comida dela era bem temperadinha, às vezes escorregava ao refogar algum legume, mas tudo bem. No segundo dia, pedi um relatório á babá e ela não poupou palavras para dizer: - Depois de 18h, ela se deita na minha cama e fica olhando para o teto. Senti a indignação da babá e não tirei sua razão, afinal, a cama era dela e havia serviço por fazer na casa. Sem contar que a babá começa o expediente às 6h e só pára às 21h, enquanto a moça começou às 10h e sairia às 20h.
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Como eu já disse a babá realmente veste a camisa do time e zela pelo bem da família inteira, inclusive verifica se o serviço da empregada está como eu gosto ou não.
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Quem tem empregada sabe que todo dia todas as tarefas têm que ser vistoriadas e acertos feitos depois. Cheguei do trabalho e verifiquei as tarefas da empregada, o trabalho estava razoável, mas precisava de acertos, sem problema, com o tempo as coisas entrariam nos eixos.
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Contudo, a moça começou uma conversa meio sem sentido.
- Sabe o que que é? Eu sou adventista do sétimo dia e não posso trabalhar no sábado.
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Fiquei um pouco surpresa, pois no dia da entrevista ela não havia dito nada. Imediatamente eu disse a ela que tudo bem, que eu respeitava sua religião e para mim não havia problema algum que ela viesse repor o sábado no domingo.
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Adivinhem? Ela disse que não trabalhava domingo também, pois na igreja havia as atividades dos jovens.
E mais se não poderia sair mais cedo durante a semana para fazer cursos....
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Aí me indignei e pensei: – Eu tou na m**** mesmo!!! Que peste nojenta! Deve ser mentira, será que adventista se vestia de forma tão imprópria como ela havia se apresentado na minha casa? Tive ódio. Tem gente que não se manca mesmo! Será que essa “tantan” estava achando que minha casa era a casa da “mãe Joana”?
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Não revelei minha raiva, falei que iria pensar e depois daria a resposta. Matutei, matutei e concluí que a adventista não queria mesmo era trabalhar. Afinal, o sétimo dia era só o sábado, mas o domingo seria um dia normal, pela lógica religiosa. Ou será que ela era um misto de adventista-católica? Já que a infeliz não aceitaria minha negativa, pelo menos eu a enrolaria até sexta-feira sem dar a resposta para que ela trabalhasse a todo vapor, lavando as roupas de cama, limpando armários e tudo que eu conseguisse passar. Mais uma vez fiquei orgulhosa de mim, rs..., escolada com as artimanhas das meliantes, rs...
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No outro dia, conheci uma moça no parque que parecia uma ótima babá e conversamos um tanto. Fiquei interessada em que ela trabalhasse como empregada em minha casa, mas não comentei nada. No caminho para casa, pensei em me vingar da minha empregada picareta. Na frete dela, comecei uma conversa com a babá para que ela ouvisse. Contei uma história sobre como essa moça do parque era excelente e que ela havia se interessado em trabalhar lá em casa, blá, blá, blá. A adventista arregalou os olhos e por coincidência, neste dia quando cheguei em casa as coisas estavam muito bem feitas e arrumações que eu nem havia pedido a empregada fizera. Rs... Eu e a babá rimos muito dessa história.
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Cansei das empregadas me passarem a perna... – Eu prometo que nunca mais levarei a pior com as empregadas!...me sinto como Scarlet O’Hara em O vento levou minhas empregadas, rs... Besta!
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Na sexta-feira, eu disse à moça que não abria mão dos horários da semana por conta do meu emprego e se ela não podia trabalhar nem no sábado e nem no domingo podia ir embora que a agência me mandaria outra pessoa.
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Adivinhem?
A adventista disse que tudo bem, continuaria trabalhando em minha casa. Vcs acreditam? Aí eu perguntei: - Então vc vem no domingo? E ela simplesmente disse que iria no sábado. Posso acreditar na seriedade dessa moça com relação à religião? Não dá.
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Depois disso apostei com a babá que a adventista ficaria no máximo 2 semanas lá em casa. Dito e feito, ficou 2 semanas e 2 dias.Pelos indícios de malandragem, imaginei que trabalhar realmente não era seu objetivo.
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Assim, a adventista do sétimo dia, ontem, por telefone, me disse que não poderia continuar trabalhando por causa de sua religião. Na mesma hora disse que tudo bem e que a agência me mandaria outra pessoa. Foi uma desculpa, pois a folgada não queria trabalhar no fim de semana e inventou essa de religião. Agora, sem emprego, ela é adventista de todos os dias da semana, rs...
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Amanhã, uma nova candidata irá à minha residência. Veremos, rs... Confesso que não espero grandes coisas, mas quem sabe minha sorte muda. Quer dizer, o azar me abandona. De qualquer forma, de duas em duas semanas vamos nos arrastando pelos meses sem uma empregada confiável. É a vida...
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Beijos e assim que terminar o post da aventura no shopping coloco aqui.