Pós-quimioterapia/radioterapia

Olá amigas!
Sumi, né? Rs...
Bom, as boas notícias são que acabei a radioterapia na quinta-feira dia 19 de março. Fora as queimaduras no peito e debaixo das axilas, e não poder usar sutiã, rs, fiquei bem. O outro peito, coitado, fica escondido atrás de minha bolsa quando saio de casa, pois a situação é lastimável, rs... Dias depois do término, senti dores na região das costelas quando respirava fundo e quando me deitava. A médica disse ser um quadro inflamatório que às vezes acontece e me passou um remédio. Para esses médicos tudo “é assim mesmo”, “é assim mesmo”, eles nem deixam a gente explicar direito o que está sentindo. Afe! É assim mesmo, rs...
Eu estava pensando como me sinto alegre por terminar mais essa etapa do tratamento contra o câncer. Felizmente, minha memória se encarregou de me fazer esquecer as dificuldades do ano passado. Tenho a sensação de que tudo passou num piscar de olhos: do dia que descobri o caroço na mama até hoje, como se tudo tivesse acontecido em questão de segundos.
Nem consigo pensar no passado, só sinto-me feliz por desejar um futuro longo. Penso em muitas coisas boas a realizar, a conquistar e a viver. Sinceramente, não pretendo nunca mais ter câncer, rs... Fiquei um pouco surtada com os efeitos da quimio me transformando numa monstra de TPM eterna, rs... Pensei em fazer tanta besteira...
Contarei depois....
Quanto ao tratamento, ficarei tomando um inibidor de estrogênio por 5 anos, o tamoxifeno. Talvez, a médica me passe o zometa, remédio que tem prevenido a osteoporose e a reincidência de câncer. Bom, isso quando ela voltar à clinica, visto que se afastou desde o carnaval por conta de um acidente com seu pai. Ando cavando nas terras do Google tentando encontrar novos estudos e medicamentos auxiliares no combate ao câncer. Esse zometa encontrei por lá e encherei minha oncologista de perguntas, rs...
Por enquanto, continuo de licença e não decidi se voltarei a trabalhar. Em alguns momentos penso em voltar ao trabalho, mas em outros não...deixarei essa decisão para o futuro...
Às vezes fico muito cansada, minhas pernas parecem que não agüentarão caminhar, os calores continuam desesperadamente me causando agonia e urticária nas mãos e pulsos. Estranho, né? Meu braço às vezes dói, depois pára. Ultimamente sinto dor na região das costelas quando respiro mais forte, mas deve ser efeito da radio.
Fiz um milhão de exames, exagero...., e estou sem nenhum sinal de metástase. Inclusive um nódulo na mama esquerda desapareceu. Beleza, mas estou decidida a tirar a outra mama de qualquer forma.
Próximo passo será me matricular numa academia, pois sou obrigada a fazer atividade física de impacto para evitar a osteoporose. Fazer, o quê, né? Do jeito que sou, pode ser que eu me torne uma atleta, rs..., duvido!
Cabeleira. Minha cabeleira está crescendo, mas ainda não tive coragem de largar a peruca... eu e meus problemas de apego... Estou parecendo a Cássia Eller, lembram? Aquela cara de detenta, olheiras azuis, rosto branco-gelo e cabelo tosado. Rs.... Não está tão feio assim.... O problema é que quando não se tem cabelo para enfeitar, precisa-se de maquiagem e roupas, num grau de produção diferente de jeans/camiseta. Só de pensar me dá preguiça, falta de dinheiro e coragem para usar um manequim 46, rs...
Estou bem... vamos dizer: roliça....Antes da quimio eu pesava 66kg e hoje a balança perambula na casa dos 80kg seguindo um ligeira tendência de alta, rs...
Tentei diminuir a quantidade de comida para verificar se eu conseguia perder peso, mas não durou, pois na semana seguinte peguei uma gripe horrorosa e fiquei com medo. A nutricionista me recomendou muito cuidado, visto que toda perda de peso significa para o corpo perda de imunidade. No meu caso, que fui portadora de um tumor, a perda de imunidade é péssimo negócio. Estou achando que virarei uma gordinha feliz e acima de tudo saudável, rs.... Até que não é ruim... eu trocaria a magreza por uma vida loooonga e redoooonda...rs....
Escola dos meninos. Escreverei depois, mas vou adiantar que tive uma contenda (uma forma amena para dizer que armei um barraco) com a coordenação/professora do Guilherme naquela escola “perfeita” onde matriculei os meninos. Rs...
Além disso, recebi reclamações do comportamento dos meninos... contarei a história também. E reclamei de outras “futilidades”.
Finalmente decidi me endividar até a alma num financiamento imobiliário e viajar sem os meninos numa segunda lua de mel.
Segundo o meu marido a quimioterapia matou meus poucos neurônios e endoidei de vez. Rs...
Ah, tem ainda as peripécias de minha nova empregada que devora toda a comida, ou melhor, mimos que compro para os meninos.